Diferentemente do que especularam os principais órgãos de imprensa do país, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não enviou nesta segunda-feira (13) ao STF o pedido de abertura de inquérito contra cerca de 200 políticos de vários partidos supostamente envolvidos na Operação Lava Jato.
Os inquéritos teriam por base as delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht. Os pedidos serão encaminhados ao ministro Edson Fachin.
Esta será a segunda “lista de Janot” com os nomes de políticos acusados de recebimento de propina ou da prática de “caixa dois”.
A primeira foi enviada ao STF em 6 de março de 2015 com base nas delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras e do doleiro Alberto Youssef.
Essa lista teve como conseqüência a abertura de 28 inquéritos no STF, dois no Superior Tribunal de Justiça e o arquivamento de outros sete.
Ao todo, 77 ex-executivos da Odebrecht fizeram delações premiadas e prestaram cerca de 950 depoimentos sobre a relação da empreiteira com a classe política.
Enquanto isso, o dono da construtora, Emílio Odebrecht, foi ouvido hoje (13) pelo juiz Sérgio Moro. Ele disse que a prática do “caixa dois” sempre foi o modelo de financiamento de campanha “reinante” no Brasil desde que seu pai, Norberto, estava à frente da empresa.
Emílio foi arrolado como testemunha de defesa do filho, Marcelo, preso em Curitiba, na ação que acusa o ex-ministro Antonio Palocci de agir em favor dos interesses da empresa.
Ele negou ter conhecimento de que o “italiano” citado por um dos delatores da empresa fosse o ex-ministro Antonio Palocci, que também se encontra preso na capital paranaense.