Álvaro Porto rebate críticas da governadora Raquel Lyra sobre atraso em empréstimo de R$ 1,5 bilhão

Mário Flávio - 16.09.2025 às 18:45h

As declarações da governadora Raquel Lyra (PSD), que atribuiu à oposição a responsabilidade pelo atraso na aprovação do empréstimo de R$ 1,5 bilhão, provocaram reação imediata do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB). Em nota divulgada nesta terça-feira (16), o parlamentar rebateu as críticas e afirmou que os entraves na execução de projetos vêm ocorrendo desde o início da atual gestão, em 2023.

Raquel destacou que a proposta levou 174 dias para chegar ao plenário, após alterações promovidas pela oposição, o que teria atrasado a liberação dos recursos. Porto, no entanto, afirmou que o governo tem adotado uma postura de “terceirizar responsabilidades”.

“O atual governo, como se sabe, vem terceirizando responsabilidades desde que assumiu. Já jogou culpa na gestão anterior e agora acusa a oposição. Pernambuco precisa que a gestão corra atrás do prejuízo, porque depois de dois anos e quase nove meses o que se vê é atraso, ineficiência e incapacidade de fazer até mesmo licitações. O Estado vive hoje entre anúncios e manchetes, enquanto o povo quer ação e entregas”, disse o presidente da Alepe.

Empréstimos aprovados e questionamentos

No texto, Porto lembrou que a Assembleia já aprovou, entre 2023 e 2025, mais de R$ 10 bilhões em empréstimos solicitados pelo Executivo, mas que o governo só conseguiu captar cerca de R$ 2,8 bilhões.

“Quem está atravancando o desenvolvimento de Pernambuco? A oposição ou a gestão que, mesmo com crédito autorizado, não consegue o dinheiro?”, questionou o parlamentar.

O presidente da Alepe reforçou ainda que o papel da Casa é fiscalizar e cobrar explicações sobre a baixa execução orçamentária e a aplicação dos recursos já obtidos.

Discurso de vitimização

Álvaro Porto também criticou a estratégia política do governo. Segundo ele, o Palácio do Campo das Princesas insiste em reforçar um discurso de vitimização para justificar falhas administrativas.

“Construir um discurso de vitimização pode até encontrar aderência em alguns setores, mas a população que quer e precisa de bons serviços de saúde e segurança não se impressiona com essa terceirização da responsabilidade. Quem atrasa Pernambuco não é a Assembleia ou a oposição, mas sim o governo e sua inoperância”, completou.

Para o deputado, Pernambuco precisa de eficiência na gestão pública. “Nossa expectativa é que, de fato, a gestão corra atrás do prejuízo e diga a que veio”, concluiu.