O ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou no fim da tarde desta quinta-feira (10) que irá se aposentar do cargo ainda este ano. Barroso completará 70 anos em março de 2028, idade limite para magistrados, mas decidiu antecipar a saída por motivos pessoais.

Pouco após o anúncio, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, usou a rede social X (antigo Twitter) para ironizar a decisão do ministro. Na publicação, o parlamentar chamou Barroso de “woke”, termo usado para se referir a pessoas de perfil progressista, e afirmou que ele foi um “progressista declarado” que teria reduzido a influência da direita nas redes sociais e censurado vozes conservadoras durante sua gestão à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Barroso presidiu o TSE entre 2020 e 2022 e ganhou destaque por defender o sistema eletrônico de votação e por sua atuação firme contra a disseminação de desinformação. No entanto, sua gestão também foi marcada por críticas de setores conservadores.

Em 2022, durante um congresso de estudantes, o ministro disse a frase “derrotamos o bolsonarismo”, o que gerou forte repercussão política. Mais tarde, Barroso afirmou ter se arrependido da fala, dizendo que foi “mal interpretado” e que não pretendia atacar nenhum grupo político.

Mais recentemente, o magistrado também comentou as punições impostas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, afirmando que algumas penas poderiam ter sido exageradas e que é favorável à dosimetria adequada para cada caso.

Com a saída de Barroso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá indicar um novo nome para o Supremo, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal.