Texto publicado no Jornal Vanguarda
Mais uma campanha política chega ao Brasil. Com ela, seus encantos, um turbilhão de promessas, decepções, milhares de propostas, um universo de sonhos, uma sacola pesada de mentiras e uma frase que se torna atualíssima: “Todos iguais, mas uns mais iguais que os outros”.
Para quem não sabe, o termo política é derivado do grego antigo (politeía) e podia significar tanto cidade-estado como sociedade, comunidade ou coletividade. Já a palavra desafio significa “ação ou efeito de desafiar. Convocação para todo tipo de jogo e competição”.
Com esses dois conceitos, podemos observar a importância da política e do desafio em nossas vidas. Todos nós somos seres políticos e desafiadores. A arte da política para quem faz com seriedade, atrelada ao desafio, é combustível da movimentação humana para tantas boas e más transformações.
Política é tarefa que devemos fazer todos os dias. Já a partidária é totalmente diferente. Cada militante de sua sigla aponta caminhos e diretrizes para chegar ao poder. Existe muita gente de bem, mas também muitos canalhas e hipócritas.
O que estamos assistindo neste período eleitoral é um movimento muito parecido. Alguns partidos perderam suas bandeiras de luta em nome da maldita governabilidade: alianças são construídas apenas visando tempo de guia, acordos são fechados com uso do cacife e conchavos e ganância fazem parte do jogo sujo pelo poder almejado.
O que devemos observar como eleitores e cidadãos é o comportamento dos nossos futuros governantes, antes e depois das eleições. Não aguentamos mais discursos em “defesa” da educação, saúde e segurança. O país está cheio de promessas soltas daqueles que dizem ser “representantes” do povo.
A verdade é que muitas outras pautas precisam ser apresentadas à sociedade para que, num grande debate popular, possamos sair do canto e viver novos tempos na política.
*Herlón Cavalcanti é jornalista