A nova gestão da cidade mais importante do interior do Estado, a nossa capital do Agreste pernambucano, completa 100 (cem) dias, entretanto sem muito o que ter a comemorar. Não há uma marca dessa nova gestão. O que a cidade inteira, na verdade vê é um governo sem ação, ou seria a marca de SEM DIAS DE AÇÃO.
Muito se ouve que estão dialogando, construindo, esperando de outros entes federativos o recurso, enfim o que acontece em nossa querida Caruaru, pelo menos na administração pública do executivo municipal, são muitas reuniões para planejar algo que já deveria estar no plano de governo e agora em execução.
São muitas viagens a outros municípios e estados da federação. Já que a gestora está viajando tanto, poderia muito bem tomar como exemplo o prefeito de São Paulo, João Dória, que já está cumprindo algumas propostas, que não eram apenas promessas de campanha, basta ver o exemplo das cirurgias realizadas durante as noites e madrugadas pelos profissionais de saúde daquele município, para diminuir a grande espera dos doentes, algo que não é tão diferente em nossa cidade.
Muito foi dito em campanha que tinham feito muitas reuniões nas comunidades de Caruaru, nas zonas urbana e rural e havia-se coletado mais de 1.500 propostas. Onde elas estão? Será que não estão sendo levadas em consideração, já que a gestora continua buscando experiências e ideias fora do nosso município?
Completos 100 dias da nova gestão do nosso município a violência só aumenta, temos quase um homicídio por dia em nossa cidade, já que completos 100 dias, no último dia 10 de abril, e já contabilizados até essa data, 80 homicídios. E a administração municipal está fazendo o que? Respondo, fazendo reunião. Ora, precisamos de ações, tempo para isso teve, se a segurança fosse prioridade.
Tivemos o período eleitoral para apresentar o plano de governo, mais dois meses (outubro e novembro de 2016) para concluir os ajustes finos, e no quesito proteção da vida das pessoas, as ações precisavam ser imediatas, nos primeiros dias de governo, e não reunião para planejar as ações a serem tomadas, ou seja, não havia nada programado, mais uma vez apenas conversa para conseguir uma eleição fundamentada em mentiras e agressões. O vale tudo pelo poder, tão corriqueiro da velha política.
Antes de se dizer que a atribuição é apenas do governo estadual, na segurança pública, vamos explicitar que isso é uma justificativa falaciosa, de quem não tem compromisso com a verdade. O município podia tomar várias medidas. Vamos a algumas delas: iluminar nossa cidade. Cadê o banho de luz, que Caruaru ganharia?
A iluminação pública da cidade encontra-se precaríssima. E as medidas estruturantes de ordenamento de espaços públicos? Temos uma desorganização clara na Rua Silvino de Macedo e adjacências, como na Estação Ferroviária de nossa cidade, basta passar num sábado à noite nessas localidades para conferir e buscar nos registros policiais, quantos graves crimes ocorridos.
E a falta de segurança nas praças e parques públicos municipais, outra negação, com vários casos de violência já registrados. Porque não se incrementa, equipa, estrutura e valoriza a guarda municipal de nossa cidade para dar proteção a esses espaços públicos?
O que falar do lixo nas ruas e demais logradouros públicos? E as muriçocas, tirando o sossego e o descanso do nosso povo? Será que também é culpa de outras pessoas?
E a educação. Cadê o piso dos educadores? Onde está a renegociação do PCC – plano de cargos e carreiras desses importantes profissionais? E o melhor tratamento com os contratados? O que na verdade se vê, em relação a esses profissionais, é muita perseguição, algo característico da velha política.
E as oito mil vagas em creches? Agora a gestão pública municipal diz que aguarda recurso do MEC – Ministério da Educação. Será que essa promessa de campanha será realmente cumprida? Estamos de olho! Eu e a sociedade caruaruense.
E a nossa maior festa? A festa junina, que os cidadãos caruaruenses consideram nosso maior patrimônio cultural, não se entende onde se quer chegar com as declarações da gestora e do presidente da Fundação de Cultura do município. Explico: primeiro se lança um edital limitando o valor da contratação do show a R$ 200 mil reais; depois, ficamos sabendo de um “veja bem”, caso o artista seja de renome nacional, poderá haver a contratação por um valor maior do que esse limite. Será que as limitações são apenas para os nossos artistas regionais? Os artistas de renome nacional terão tratamento privilegiado, em relação aos artistas da região?
E a reforma administrativa? Ora, faça-me o favor! Faz-se reforma administrativa para diminuir o gasto ruim, para ter mais equilíbrio fiscal, para aumentar o investimento a fim de dar mais qualidade de vida do cidadão, e não, como foi feito na nossa querida Caruaru, para aumentar as despesas em mais de R$ 300 mil reais, por mês.
O Ministério Público já contestou essa reforma, chegando a afirmar o promotor do patrimônio público “que o que houve foi um aumento da despesa pública, com substancial aumento dos salários dos comissionados e a gravíssima situação decorrente da criação de cargos comissionados de gerente, coordenadores, assistentes e assessores sem descrição de suas atividades”. A Justiça já mandou suspender o aumento dos secretários municipais.
Esse é o quadro da atual gestão, com secretários, que ninguém sabe quem são, nem de onde vieram (com raras exceções), ou melhor, se diz que vieram de Recife. Será que não temos residindo em Caruaru, profissionais capacitados, e que conhecem de verdade, a realidade de nossa cidade para atender às necessidades do nosso povo? No pensamento da atual gestão, provavelmente não.
*Erick Lessa é presidente do PR em Caruaru