Bastidor – Michel Temer pode disputar presidência pelo PSDB

Mário Flávio - 24.10.2025 às 08:49h

Em um cenário político que ganha movimentação acelerada para as eleições presidenciais de 2026, surgem fortes indícios de que o ex-presidente Michel Temer poderia retornar ao centro da disputa. O que parecia apenas especulação aponta agora para uma articulação concreta: o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) negocia a filiação de Temer e avalia lançá-lo como candidato à Presidência da República — um convite que, nos bastidores, já foi formalizado.

Fontes próximas à direção do PSDB confirmam que o presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, formalizou convite a Temer para que migre do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e dispute o Planalto em 2026. O argumento interno é o seguinte: o MDB estaria em processo de fragmentação, o que reduziria o ambiente de sustentação para uma candidatura de Temer pela legenda.

Além disso, o PSDB vê em Temer um “nome de peso” capaz de reerguer o partido no cenário nacional — estratégia que inclui não apenas a candidatura, mas a fiação ou reacomodação política de quadros. Por outro lado, Temer não aceitaria lançar-se à disputa sem que uma condição crucial fosse atendida: haver uma ampla união dos partidos de centro e centro-direita. No “check-list” dele estariam legendas como PL, União Brasil, PP, PSDB, MDB e Republicanos. Este formato, porém, é considerado pouco provável pelos analistas.

Em entrevista recente, Temer chegou a afirmar que “não tenho mais disposição para tanto”, ao descartar uma candidatura — mas bastidores avaliam que o discurso reflete mais cautela pública do que recuo definitivo.

Consequências…

Um fortalecimento simbólico do PSDB que adota um ex-presidente como seu porta-voz, mudando o foco da legenda para “experiência” e “centrismo”.

No MDB, possível ainda maior fragmentação ou realinhamentos: a sondagem de Temer pela sigla tucana é vista internamente como provocação e “jogo de bastidor”.

A oxigenação do debate sobre alternativas ao binômio Lula-Bolsonaro, com Temer representando uma “terceira via”, ainda que improvável.

Um imenso desafio de viabilização — estrutura partidária, tempo de TV, imagem pública e união de forças — tudo isso precisará ser construído rapidamente.