A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (1º) o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A medida segue agora para apreciação no Senado e, caso seja validada, deverá ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A proposta representa uma vitória política para Lula, que havia prometido durante a campanha elevar a isenção do IR. A nova regra, no entanto, só passa a valer em 2026, ano em que o presidente deve disputar a reeleição. No plenário, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, acompanhou de perto a votação, reforçando o empenho do governo na aprovação do texto.
Papel de Arthur Lira e impacto da medida
O relator do projeto, ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), também saiu fortalecido com a articulação que garantiu a aprovação. No texto original, a modulação do imposto beneficiava parcialmente quem ganhava até R$ 7 mil. Lira ampliou esse teto para R$ 7.350, o que, segundo estimativas, deve beneficiar cerca de 16 milhões de contribuintes.
Atualmente, a faixa de isenção do IR é de até R$ 3.060. O projeto ainda obriga o governo federal a apresentar, em até um ano após a entrada em vigor da lei, uma política de reajuste periódico da tabela do imposto — tema frequentemente apontado por especialistas como defasado frente à inflação acumulada nos últimos anos.
Agora, todas as atenções se voltam para o Senado, onde a proposta será analisada antes de seguir para a sanção presidencial. Caso seja aprovada sem alterações, a medida marcará uma das mudanças mais significativas na política tributária recente do país.

