A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, composta majoritariamente por parlamentares de partidos de esquerda, protocolou nesta quarta-feira (29) um pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja avaliada a possibilidade de prisão preventiva do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). A solicitação ocorre após a operação policial na Penha, zona norte do Rio, que resultou em mais de 130 mortes, incluindo quatro policiais e dois civis.
O pedido foi assinado pelo presidente do colegiado, deputado Reimont (PT-RJ), e por outros oito parlamentares: Talíria Petrone (PSOL-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Tadeu Veneri (PT-PR), Luiz Couto (PT-PB), Glauber Braga (PSOL-RJ), Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Todos são críticos históricos da política de enfrentamento ao crime organizado adotada pelo Estado do Rio.
Em declarações ao portal Metrópoles, o deputado Reimont afirmou que “o que aconteceu lá no Rio foi um crime do governador”, e acusou Cláudio Castro de responsabilidade direta pelas mortes, alegando que esta seria a “sétima chacina em seis anos de governo”. A comissão também anunciou que visitará o local da operação nesta quinta-feira (30), acompanhada da ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, reforçando o alinhamento político entre o colegiado e o governo federal.
O pedido de prisão preventiva contra um governador em exercício, sem qualquer investigação concluída, parece extrapolar o limite da responsabilidade institucional e escancarar o uso político de uma tragédia. O gesto de parlamentares da esquerda radicaliza o debate sobre segurança pública e tenta transformar o enfrentamento ao crime em palanque partidário.
É legítimo que se cobre apuração rigorosa e transparência, mas é preocupante quando a defesa dos direitos humanos se torna seletiva e serve apenas a narrativas ideológicas. A operação envolveu intenso confronto entre forças policiais e grupos armados que dominam comunidades há décadas. Ignorar esse contexto e responsabilizar sumariamente o governador é mais uma tentativa de capitalizar politicamente sobre o caos que o próprio tráfico impõe ao estado.
Em vez de buscar soluções concretas para a crise de segurança pública, a Comissão de Direitos Humanos opta por um atalho político, reforçando o discurso de criminalização da polícia e enfraquecendo as instituições que arriscam a vida diariamente para proteger a população.


 
         
         
         
         
        