Cerca de 40 catadores atuam no lixão de Toritama, no Agreste de Pernambuco. A área era visível as margens da BR 104 e contrastava com a riqueza produzida na cidade, que atualmente tem um dos maiores PIBs do Estado. Devido a quantidade o espaço dedicado para receber o lixo foi deslocado para uma área menos visível, mas não resolveu a situação das pessoas que vivem de recolher o material reciclável.
Dona Maria de Oliveira, de 46 anos, está há cerca de um ano catando lixo na cidade de Toritama, ela confirmou que diariamente chegam várias cargas de lixo no espaço dedicado para receber os resíduos. De acordo com ela, nas viagens dadas pelo carro da limpeza, é contante a presença de material vindo do hospital municipal de Toritama e das redes de saúde da cidade.
“Mas a gente já tem uma técnica para não mexer nesse tipo de lixo. Geralmente ele vem nas bolsas pretas e já sabemos que lá contém seringas, luvas e todo tipo de material de hospital. Não chegamos nem perto dessas sacolas”, explicou dona Maria.
Outra catadora é Aldenize da Silva, de 31 anos. Ela confirmou que o material hospitalar chega principalmente na parte da noite, quando os caminhões de lixo vêm cheios da cidade.”São dois caminhões pela manhã, dois a tarde e mais dois a noite. Os materiais não podem ser reciclados e ficam se amontoando no local”, disse.
As mulheres predominam no local. Fabiana Maria da Silva disse que já se acostumou com a quantidade de material hospitalar encontrado no lixão. Ela ue fez até pose para a nossa equipe, disse que esse não é o único problema enfrentado no lixão de Toritama. “Temos aqui até resto de caixões e lixo vindo do cemitério São Jorge. Nunca achamos ossos, mas se vocês olharem, existem coroas de flores e caixões de todos os tipos”, disse.
O cemitério citado por Fabiana fica na BR 104. Ainda foi encontrado no local restos do matadouro público.

