Em visita ao campus da UFPE em Caruaru, ministros e deputada defendem vagas no curso de Medicina para o MST

Mário Flávio - 30.09.2025 às 21:34h

O campus do Agreste da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Caruaru, recebeu nesta terça-feira (30) uma comitiva de autoridades federais e estaduais para debater a implantação do curso de Medicina voltado a estudantes da reforma agrária através do Programa Nacional de Educação para a Reforma Agrária (Pronera). O encontro reuniu o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, a deputada estadual Rosa Amorim (PT) e o diretor do campus, Dilson Cavalcanti.

Durante a visita, Márcio Macêdo saiu em defesa da proposta e destacou que o Pronera já conta com experiências consolidadas em cursos como Agronomia e Direito, e agora busca ampliar sua atuação para a área da saúde. “O Pronera tem turmas de Agronomia, Direito… esses podem? E Medicina não? É porque medicina é reserva de mercado pras elites, não é pro povo, mas os outros podem. Vamos virar essa página para que esse curso possa atender aos filhos do povo e que em última análise, possa formar profissionais compromissados em atender o nosso povo e a nossa gente”, afirmou.

A iniciativa prevê a abertura de uma turma extra de Medicina, com 80 vagas destinadas a estudantes vinculados ao Incra e selecionados por meio da metodologia já utilizada pelo Pronera há mais de três décadas. Desde sua criação, na década de 1990, o programa já formou mais de 200 mil estudantes em diferentes níveis de ensino, sem interferir nos processos seletivos regulares das universidades.

A deputada Rosa Amorim, assentada da reforma agrária e natural de Caruaru, reforçou a importância do projeto. “Nos anima a possibilidade de ver filhos de agricultores num curso que historicamente foi destinado às elites do nosso país e agora vai dar oportunidade para os filhos da classe trabalhadora, filhos de agricultores, de quilombolas, possam se formar em medicina. Inclusive olhando para o nosso Brasil, onde a gente tem um déficit, porque é difícil encontrar médicos que tenham disponibilidade de atender no interior do estado. Serão 80 novos médicos que muito provavelmente irão estar ocupando consultórios em grandes rincões, nos interiores do nosso país”, disse.

Nos últimos dias, o projeto vem sendo alvo de críticas da oposição, que acusa a medida de interferir nos métodos tradicionais de seleção para o ensino superior. No entanto, defensores do Pronera ressaltam que a proposta segue um modelo diferenciado e consolidado, voltado para atender demandas específicas de populações rurais, quilombolas e comunidades tradicionais.

📸 Foto: Anderson Stevens