A Justiça Federal em Pernambuco voltou a suspender, nesta quarta-feira -feira (8), o edital que criava uma turma especial do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) voltada para integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A nova decisão, emitida pela 9ª Vara Federal, atende a um pedido do vereador Thiago Medina (PL) e determina a suspensão imediata de todos os efeitos da Resolução nº 01/2025 e do Edital nº 31/2025, restabelecendo a paralisação do curso que havia sido reativado por decisão anterior.
O caso tem sido alvo de ampla repercussão e mobilização desde a publicação do edital, que previa vagas exclusivas para beneficiários do PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária) e dispensava a realização de provas objetivas, permitindo o ingresso por meio de redação e análise de histórico escolar.
O vereador Thiago Medina, autor da ação que motivou a nova liminar, voltou a criticar duramente a iniciativa da UFPE. Para ele, o edital representava um “tapa na cara de quem estuda anos para passar em Medicina”, além de configurar um “aparelhamento ideológico da universidade”.
Medina também rebateu as declarações do reitor da UFPE, Alfredo Gomes, que havia comemorado a reativação da turma após a primeira suspensão ser derrubada. “Irresponsável não é quem denuncia, é quem cria uma turma de Medicina sem critério técnico, com interesse político. Pernambuco não aceita que usem a universidade pra fazer militância”, afirmou o parlamentar.
Com a nova decisão, o curso segue suspenso até o julgamento definitivo do processo, reacendendo o debate sobre critérios de acesso, autonomia universitária e uso de políticas públicas educacionais voltadas a movimentos sociais.
