
O resultado das eleições legislativas em Buenos Aires provocou forte instabilidade no mercado argentino. O índice Merval, principal indicador da Bolsa de Valores do país, registrou queda de mais de 13%, refletindo a frustração dos investidores com a derrota do partido do presidente Javier Milei para a oposição peronista.
A reação também foi sentida no câmbio e em ativos internacionais: o peso argentino caiu 5%, enquanto as ações de empresas do país listadas em Wall Street recuaram 21%. O movimento acontece em um momento delicado, às vésperas das eleições legislativas nacionais de outubro, consideradas decisivas para a governabilidade de Milei.
Analistas apontam que um dos principais elementos que pesaram contra o governo foi o escândalo de suposta corrupção envolvendo a irmã do presidente, fato amplamente explorado pela oposição durante a campanha. Além disso, embora o governo destaque avanços econômicos — como a queda da inflação anualizada de mais de 200% para cerca de 36% e o crescimento do PIB acima de 5% em 2025 —, os eleitores demonstram insatisfação pela falta de resultados mais imediatos em seu cotidiano.
Diante da derrota em Buenos Aires, Milei afirmou que fará uma “profunda autocrítica” e que vai redobrar os esforços para sustentar seu modelo econômico. O presidente garantiu a continuidade da política de disciplina cambial e monetária, defendendo que os ajustes em curso são fundamentais para a recuperação estrutural do país.