O presidente da Argentina, Javier Milei, compartilhou nesta sexta-feira (17) uma reportagem do site UHN Plus que cita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os líderes supostamente financiados com recursos da estatal petrolífera venezuelana PDVSA, durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. As informações teriam sido prestadas ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos por Hugo “El Pollo” Carvajal, ex-chefe da inteligência da Venezuela, atualmente preso em território norte-americano.
Carvajal, extraditado para os EUA em 2023, afirmou que o regime chavista utilizou fundos públicos para apoiar campanhas e projetos políticos de esquerda em diversos países, num esquema que teria se estendido por pelo menos 15 anos. Ao divulgar a reportagem em sua conta na rede X (antigo Twitter), Milei escreveu: “E muitas máscaras cairão”, sugerindo que as revelações podem gerar impacto político internacional.
O ex-militar, que admitiu envolvimento em atividades de narcotráfico e narcoterrorismo, se comprometeu a entregar documentos inéditos sobre a suposta rede internacional de financiamento. Além de Lula, Carvajal mencionou nomes como Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru), Manuel Zelaya (Honduras) e Gustavo Petro (Colômbia), além de partidos europeus como o Podemos (Espanha) e o Movimento Cinco Estrelas (Itália).
Segundo a reportagem, um dos episódios citados envolveu o envio de 3,5 milhões de euros em espécie ao Movimento Cinco Estrelas por meio de uma mala diplomática, operação que teria sido autorizada por Nicolás Maduro, então chanceler da Venezuela.
Carvajal, ex-integrante das Forças Armadas venezuelanas, busca atenuar sua pena de até 20 anos de prisão nos EUA, em decorrência de seu envolvimento com o Cartel de los Soles, organização ligada ao tráfico internacional de drogas. As revelações, se confirmadas, podem repercutir fortemente na política latino-americana, reacendendo o debate sobre o uso de recursos públicos venezuelanos para sustentar alianças ideológicas e financiar partidos de esquerda em outros países.
