Opinião – Ação e Omissão – por Severino Melo*

Mário Flávio - 10.09.2014 às 10:07h

Antigamente, “marido traído era o último a saber”… Ultimamente, são os presidentes da república do Brasil os últimos a saberem! Outro dia eu vi e ouvi pela televisão a “mandatária mor” da nação dizer que todos os seus auxiliares são pessoas de sua irrestrita confiança. Poxa, como está em baixa o cabedal de escolha, por confiança, daquela na qual não deveria pairar nenhuma dúvida.

Ela sabe perfeitamente bem que houve sangria da Petrobrás, da mesma forma que seu antecessor, aquele que não sabia de nada, conseguiu se safar e conseguiu terminar o segundo mandato, através do não vejo, não ouço, apesar de falar bastante.

Existem dois tipos de ilícitos: O primeiro é por ação e o segundo por omissão. São os chamados: Comissivos e omissivos. Há certas funções que não admitem a alegação da omissão, pois, só por isso se transformaria em prevaricação.

E nestes últimos doze anos, prevaricação foi o que mais se viu na administração deste país! Enquanto o Ministro Joaquim Barbosa, do STF, remava contra a maré, uma boa – ou má – parte de seus pares orquestrava a dança da impunidade.

O dinheiro continua sendo a raiz dos grandes males. O poder sem o dinheiro parece ser insípido. Não é à toa que dizem que o dinheiro não tolera desaforo. Pouca gente escapa do vil metal. Até dinheiro para voar e conseguir chegar mais rápido aos lugares é posto em “xeque / cheque”, mesmo após ser solapado o bem maior que é a vida.

Todos sabem que as contas dos comitês eleitorais são um faz de conta. Todos sabem que empresários não fazem doações por mera caridade. Todos sabem que jamais irão votar em inocentes. Mas, pelo menos, vamos votar nos menos deletérios. E entre agir e omitir, os mais deletérios estão no segundo grupo. São os portadores dos maiores subterfúgios. São aqueles que mentem e enganam olhando nos olhos, pois para isto já há muito criaram e envernizaram suas caras de pau, sempre brilhantes através do “óleo de peroba”.

Se temos a opção da ação vamos agir. “Aquele que se decide a parar e esperar que as coisas melhorem, verificará mais tarde que, aquele que não parou, que não deu tempo ao tempo, está tão distante que jamais será alcançado”.

Poderemos até errar mais uma vez, o que não podemos é dar continuidade a um erro que poderia ter sido evitado nos primórdios da primeira década do século XXI. Que eles sejam omissos tudo bem! Que eles sofram de amnésia tudo bem! Só que a nós, verdadeiros donos do voto e do poder, não há outra saída, temos que seguir a máxima escrita por Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.

*Severino Melo – smelo2006@gmail.com – Cidadão Honorário de Caruaru – para quem mandato não é emprego e política não é profissão.