A oposição apresentou nesta terça-feira (9), em sessão no Congresso, um parecer documentoscópico que levanta grave suspeita contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo o relatório, ele teria proferido uma decisão (retirada de sigilo em uma investigação envolvendo oito empresários em agosto de 2022) com data retroativa — o documento teria sido compilado em 29 de agosto, mas registrado com data de 19 de agosto. A oposição acusa Moraes de cometer uma “fraude processual gravíssima”. 

O relatório, elaborado por perícia contratada, também aponta um possível “transplante de assinaturas digitais”, pois não há assinatura digital válida no documento; teria sido incluída manualmente por um delegado, o que comprometeria sua autenticidade jurídica. 

A denúncia se soma a acusações anteriores do ex-assessor de Moraes, Eduardo Tagliaferro, que afirma ter sido cooptado para elaborar relatórios com datas retroativas para justificar operações da Polícia Federal — inclusive após a busca e apreensão já terem ocorrido. A oposição pretende usar esses documentos para tentar suspender o julgamento no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.