PDT deve ir para o comando de Túlio Gadêlha e se aproximar do palanque de Raquel Lyra em 2026

Mário Flávio - 04.12.2025 às 18:48h

O cenário político de Pernambuco voltou a se mover com força nos bastidores. O deputado federal Túlio Gadêlha deve assumir o comando estadual do PDT após deixar a Rede Sustentabilidade, em um movimento articulado pelo presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. A mudança marca uma reconfiguração profunda no partido no Estado, que até então era comandado pelo ministro da Previdência, Wolney Queiroz e pelo pai dele, ex-prefeito de Caruaru, Zé Queiroz.

A decisão de Lupi retira Wolney da presidência do PDT em Pernambuco e reposiciona a sigla em direção a uma nova estratégia eleitoral. A avaliação interna é de que Túlio Gadêlha, por estar em ascensão política e manter diálogo aberto com diferentes setores, teria melhores condições de reorganizar o partido e ampliar sua influência regional no ciclo que antecede as eleições de 2026.

Com Gadêlha à frente, o PDT tende a se alinhar ao projeto de reeleição da governadora Raquel Lyra (PSD). A movimentação é vista como parte de uma costura nacional que busca fortalecer palanques competitivos e garantir protagonismo da legenda em disputas estratégicas. Esse realinhamento, no entanto, cria um impasse direto com Wolney Queiroz, que hoje integra o primeiro escalão do governo Lula e mantém influência sobre espaços importantes ocupados pelo PDT — como a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão, que compõe o secretariado municipal.

Wolney ainda atua nos bastidores para tentar reverter a decisão. O ministro avalia que a mudança abrupta fragiliza alianças já estabelecidas, especialmente na capital, onde o PDT integra a gestão de João Campos (PSB). A permanência de Isabella de Roldão no governo recifense é um dos pontos de tensão, já que a nova configuração pode reposicionar a legenda mais próxima da oposição municipal.

Enquanto isso, Túlio Gadêlha já é tratado como nome certo para assumir o comando estadual e conduzir a reestruturação pedetista. A mudança deve redesenhar o mapa de alianças no Estado e inaugurar uma nova fase para o PDT. A conferir.