
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, comemorou a realização do primeiro leilão do Brasil voltado à concessão de um canal de acesso a um porto público. O certame, realizado na sede da B3, em São Paulo, teve como vencedor o Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD), que será responsável pela dragagem e ampliação do canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR) — o segundo maior porto do país.
Com investimentos de R$ 1,22 bilhão, o consórcio formado pelas empresas FTSPar e Grupo Deme terá a missão de ampliar o calado de 13,5 metros para 15,5 metros, permitindo a entrada de navios de grande porte e aumentando significativamente a capacidade operacional do porto. O contrato terá vigência de 25 anos, com aporte obrigatório do investimento nos cinco primeiros.
Disputa acirrada e confiança do setor privado
O leilão, conduzido pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) em parceria com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), contou com quatro competidores e adotou um modelo híbrido, que combinou menor tarifa e maior valor de outorga. Após 20 rodadas de lances, a disputa terminou com outorga de R$ 276 milhões e desconto de 12,63% sobre a tarifa inicial.
“O sucesso dos leilões de hoje mostra a confiança do investidor no Brasil e no setor portuário”, afirmou Silvio Costa Filho, após bater o martelo. O ministro destacou ainda que, somente em 2025, o governo já concedeu seis terminais portuários — incluindo operações de carga e passageiros — além do túnel Santos-Guarujá e, agora, o canal de acesso de Paranaguá.
“Acreditar no amanhã é a melhor forma de ser feliz. Eu não tenho dúvida que, de maneira coletiva, o poder público, o setor privado e a sociedade civil organizada vão sonhar juntos com um Brasil mais justo, mais solidário e mais soberano”, declarou o ministro.
Avanço logístico e impacto econômico
O secretário nacional de Portos, Alex Ávila, classificou a concessão como “um marco mundial”, por se tratar do primeiro canal de acesso portuário concedido à iniciativa privada no planeta. “Hoje tenho a sensação do dever cumprido e do privilégio de contribuir para a história da logística nacional”, afirmou.
O governador do Paraná, Ratinho Junior, também celebrou o resultado e reforçou o impacto regional da medida:
“Com as novas obras e a dragagem, vamos aumentar em 35% a capacidade e reduzir em 12% os custos aos usuários. O Paraná está na vanguarda da infraestrutura brasileira, crescendo o dobro do Brasil e alcançando números chineses, acima de 5% ao ano.”
Porto estratégico para o Brasil
O Porto de Paranaguá movimenta cerca de 2.600 navios por ano e é essencial para o escoamento da produção de soja, proteína animal, contêineres e granéis líquidos dos estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Com o aprofundamento do canal, será possível receber navios de contêineres de até 366 metros e graneleiros com capacidade de até 120 mil toneladas. Cada centímetro adicional no calado representa 60 toneladas a mais de carga por embarcação, o que amplia a competitividade do Brasil no comércio exterior.
O CEO da FTS Participações, André Maragliano, celebrou o momento como histórico:
“O canal de acesso é o coração do porto. Garantiremos profundidade, manutenção permanente e modernização da sinalização. Isso trará mais eficiência e competitividade ao país.”
Modelo pioneiro
O leilão de Paranaguá inaugura um novo modelo de concessão que servirá de referência para futuros projetos nos portos de Santos (SP), Itajaí (SC), Salvador (BA) e Rio Grande (RS).
Com o sucesso da operação, Silvio Costa Filho reforça sua gestão à frente do MPor, que vem se destacando pela atração de investimentos privados, ampliação da capacidade portuária e modernização da infraestrutura logística nacional.