Zé e Wolney Queiroz podem ter caminho mais viável no PT para 2026

Mário Flávio - 15.11.2025 às 06:15h

O cenário eleitoral para 2026 pode marcar uma virada decisiva no destino político de Zé Queiroz e Wolney Queiroz. Ambos acumulam trajetória robusta e votos expressivos, mas encontram hoje no PDT um ambiente que pode repetir o desfecho de 2022, quando, mesmo bem votados, ficaram de fora por questões de legenda e coeficiente eleitoral. A migração para o PT surge, portanto, como um movimento cada vez mais plausível — e, nos bastidores, considerado estratégico.

Em 2022, Zé Queiroz obteve 33.923 votos para deputado estadual, enquanto Wolney Queiroz somou 63.242 votos na disputa para deputado federal. Apesar do desempenho significativo, a matemática da coligação pedetista não os favoreceu e o partido sequer conseguiu a suplência. Nos quadros atuais do partido, com fragilidade de chapa e uma bancada que não deve apresentar crescimento competitivo em 2026, o risco de repetição do insucesso eleitoral é evidente.

No PT, porém, o caminho pode ser outro. A legenda vive um momento de reorganização interna em Pernambuco, busca fortalecer suas chapas proporcionais e tem espaço para nomes de peso — especialmente quadros com densidade eleitoral, capilaridade regional e histórico consolidado, como é o caso dos Queiroz.

Zé Queiroz: capital político, liderança e oposição firme em Caruaru

Zé reúne um dos currículos mais longevos da política pernambucana: foi prefeito de Caruaru por quatro mandatos e deputado estadual cinco vezes. No ano passado, voltou à disputa municipal e, mesmo derrotado pelo prefeito Rodrigo Pinheiro (PSD), consolidou-se como principal voz de oposição na cidade. Sua presença constante no debate local mantém o capital político ativo e preserva influência no Agreste, algo valioso para qualquer partido — especialmente um PT que quer ampliar presença fora da Região Metropolitana.

Wolney Queiroz: seis mandatos e projeção nacional

Wolney, por sua vez, soma seis mandatos como deputado federal e hoje ocupa o posto de ministro da Previdência Social, posição de grande visibilidade no governo Lula. A pasta, porém, enfrenta turbulências com a CPI do INSS, que pressiona o governo e desgasta sua liderança no tema. Uma candidatura pelo PT poderia transformar sua atual exposição nacional em vantagem eleitoral, desde que o partido avalie que o ministro soma ao projeto federal.

Destino comum?

A avaliação corrente entre aliados é clara: no PDT, a equação eleitoral de 2026 coloca Zé e Wolney novamente diante de um risco elevado. No PT, ao contrário, ambos encontrariam estrutura, nominata mais competitiva e alinhamento com o governo federal — fatores decisivos para quem busca retorno ao Legislativo e continuidade de relevância na política estadual e nacional.

Movimentos ainda não foram anunciados, mas o xadrez político sinaliza que uma migração conjunta poderia redesenhar o tabuleiro de 2026 e reposicionar os Queiroz com mais força. O PT sabe disso. E o PDT também.